Questões para o concurso dos correios 2011 - banca CESPE/UnB

20 questões de português para o concurso dos correios 2011 que será realizado pela CESPE/UnB. Um simulado para quem está estudando para o concurso dos correios 2011 e quer se aprimorar mais ainda. Abaixo você encontrará o gabarito completo das 20 questões de português incluindo interpretação de texto. A prova do concurso dos correios este ano constará de 60 questões incluindo português, matemática e informática.

Leia texto abaixo transcrito e, em seguida,
responda às questões a ele referentes:
Amigos de infância e a aposentadoria
(Ignácio de Loyola Brandão))
Não! Não sonho com a aposentadoria. Apavorame
acordar e pensar que terei o dia inteiro a preencher
com uma série de nadas. O que é o nada senão o
vazio? Completar o vazio com o vazio? Muitas vezes,
quando vou à minha cidade, encontro amigos que
cresceram comigo. Uns vieram para São Paulo, se
formaram e voltaram. Outros ficaram por aqui. Alguns
desapareceram pelo mundo. Havia um japonês
tranqüilo, o Tuneu Yuta, cujo pai tinha uma tinturaria.
Outro dia me contaram que ele vive no Amazonas e fico
imaginando o que faz na floresta que é o mistério que o
Márcio Souza procura compreender em seus livros.
Meu pai sempre me alertava: por que não
estuda como os japoneses? Sempre são os primeiros
da classe. Todos eram bons em matemática. E eu, uma
negação. Os Hashimoto me deixavam admirado.
Acordavam de madrugada, ajudavam os pais na feira e
iam para o ginásio. Ainda por cima eram bons
nadadores! Como encontravam tempo? Trabalhar,
estudar, fazer lições, treinar. Nunca estavam de mau
humor. O Paulo, ao menos, que estava na minha
classe, vivia sorridente.
Já o Jemsey, da sorveteria da rua 5, nos pregou
a primeira peça. Mostrou que éramos jovens, porém
mortais.
Um dia, moço de tudo, Jemsey morreu e nos
alertou. Tudo isso aqui é muito rápido. Havia ainda o
Kakuzo, bom na escola, mas malandro. Morava no hotel
dos pais, perto da estação, e contava cada história
sobre as hóspedes! Ele sempre as via nuas, recebendo
amantes. Algumas até o convidavam para o quarto.
Kakuzo alimentava o imaginário erótico. Verdade ou
não, ele funcionou como uma espécie de Império dos
Sentidos para aquela molecada de 11, 12 anos.
Não vi mais a maioria daquele grupo. De vez em
quando, um telefonema, um reencontro. Orival
Argondizo, irmão do Argeu, o piloto, reapareceu
subitamente, tem uma farmácia na Vila Formosa. Meu
problema, quando revejo antigos companheiros
perdidos no tempo, é a insistência deles: “Por que não
se aposenta?” Eu os contemplo, repetitivos,
comentando a polícia local, futebol, as fofocas sobre
mulheres que hoje são avós (respeitáveis a maioria;
outras, “desencaminhadas” e se divertindo como
sempre se divertiram, optando pelo hedonismo puro).
Senhores ansiosos a inventar possibilidades
irrealizáveis com as Lolitas que passam em vestidos de
verão. Sempre recordando os “bons tempos”. Bons são
estes de agora.
Ouço-os, angustiados. Desajustados porque se
recusam a colocar os pés no chão. Olho para muitos
deles e pergunto se também estou assim, desgastado
pelo tempo, sem perspectivas. Seria o fato de terem,
durante a vida, tido empregos e não trabalhos?
Emprego é o que se faz para sobreviver. Trabalho é o
prazer, o sonho. Sei! Em um país como o nosso, poucos
podem fazer pelo prazer, o dia a dia obriga ao emprego
rotineiro.
Outro dia, preocupado, falei com meu tio José,
75 anos, sobre crise. “Crise! Desde criança ouço falar
nela. Havia época em que não comeríamos mais carne,
noutra faltaria feijão, e emprego, e perderíamos a casa,
reduziriam salários, sairíamos presos. A crise corria no
boca a boca. A crise nasce e morre com a gente. E nem
sabemos sobre o lado de lá”... Não! Não sonho com a
aposentadoria. Mas sonho com uma transgressão.
Acordar tarde, não ir para o trabalho, tomar um longo
café da manhã, abrir um livro, ouvir um CD, regar
plantas, descer para a rua, vagabundear, apanhar uma
sessão da tarde na tevê com um daqueles filmes
desbotados dos anos 60, dormir um pouco, acordar,
olhar o crepúsculo, tomar uma frozen margarita, jantar e
ver se a Adriana Esteves continua má como
personagem e boa atriz (dou a mão à palmatória) em
Torre de Babel.
Em seguida, um livro e dormir com ele nas
mãos. Em paz, apesar da crise. Por um dia, está bem.
Mas, repetir tudo amanhã, e depois, e depois?
Brandão, Ignácio de Loyola. Crônicas para ler na escola /
Ignácio de Loyola Brandão: seleção e apresentação Regina
Zilberman. – 2ª Edição – Rio de Janeiro:Objetiva, 2010.
1. Para o narrador, o que a aposentadoria significa?
a o bom coroamento por muitos anos de dedicado
trabalho.
b O ócio, o tédio e a melancolia.
c a possibilidade de viajar muito.
d a chance de fazer aventuras.
e a disponibilidade de mais tempo para a leitura.
2. O texto estudado, em sua predominância, é:
a dissertativo
b narrativo
c descritivo
d temático
e conotativo
3. A linguagem empregada no texto,
predominantemente, é:
a metafórica
b inverossímil
c conotativa
d figurada
e denotativa
4. Assinale a opção CORRETA:
a O narrador enaltece os privilégios e os
favorecimentos ensejados pela aposentadoria.
b Para o narrador, os chamados “bons tempos” são
os saudosos, que pertencem ao passado.
c O narrador faz uma reflexão sobre a transitoriedade
da vida humana.
d O narrador aguarda, ansiosamente, a chegada de
sua aposentadoria.
e O pai do narrador censurava o estilo de vida dos
japoneses.
5. O que pensa o narrador dos seus amigos de
infância?
a Que são ótimas companhias para a ociosidade dos
domingos.
b Ele pensa que seus amigos de infância são
desajustados porque não aceitam a realidade dos
fatos ensejados pela chegada da velhice.
c Que estão sempre em busca de espreitar a vida
alheia.
d Que merecem uma aposentadoria digna.
e Que cuidam bem de seus netinhos.
6. Marque a opção CORRETA, de acordo com o texto:
a O narrador não se conforma com a sua condição de
aposentado.
b O narrador parece ser um menino que traça planos
para o futuro.
c O narrador enaltece a operosidade e versatilidade
dos amigos de infância japoneses.
d Para o narrador, relembrar os amigos de infância
significa reviver o passado.
e Podemos dizer que o texto é memorialista, pois
reverencia as coisas do passado.
7. Assinale a opção INCORRETA, de acordo com o
texto:
a O narrador passa a sensação de que a vida é
eterna, e que adquiriremos a posteridade.
b Um dos traços que se pode extrair das reflexões do
texto são as fragilidades da natureza humana.
c Podemos afirmar que o texto tem uma conotação de
humanidade.
d O narrador se apavora com a idéia da
aposentadoria.
e Não apetece ao narrador aposentar-se.
8. Releia e responda: “Todos eram bons em
matemática. E eu, uma negação.” A construção
sublinhada estabelece com a construção
antecedente uma relação de:
a adição
b adversidade
c finalidade
d concessão
e consequência
A passagem adiante servirá de base para as
questões 09 e 10:
“Uns vieram para São Paulo, se formaram e
voltaram.”
9. Qual o sujeito da primeira oração?
a simples e composto ao mesmo tempo
b composto
c explícito
d oculto
e indeterminado, mas, de acordo com o contexto, são
os amigos do narrador.
10. Quantas orações há na construção?
a quatro
b duas
c uma
d três
e cinco
11. Releia e responda: “Ainda por cima eram bons
nadadores!” Esta declaração é:
a negativa
b afirmativa
c exclamativa
d positiva
e apelativa
12. A palavra matemática, presente no texto, é
acentuada graficamente por quê?
a É proparoxítona
b É oxítona
c É paroxítona terminada em CA
d É polissílaba
e É oxítona terminada em A
13. Releia e responda “De vez em quando, um
telefonema, um reencontro.” A oração grifada
estabelece uma relação de:
a negação
b tempo
c afirmação
d concessão
e adversidade
14. Os vocábulos desgastado e desbotado, presentes
no texto, mantêm entre si uma relação semântica de:
a causalidade
b oposição
c paronímia
d sinonímia
e antononímia
15. Releia e responda: “... apanhar uma sessão da tarde
de tevê com um daqueles filmes desbotados dos
anos 60,...” O verbo assistir, que é sinônimo do
verbo destacado nesta construção, tem, neste
contexto, uma transitividade:
a imprópria
b neutra
c direta e indireta
d direta
e indireta
16. Assinale a alternativa em que a palavra
“Paraguai” está separada corretamente:
a Pa-ra-gu-ai
b Pa-ra-gua-i
c Pa-ra-guai
d Pa-ragu-ai
e Para-guai
17. É considerada uma palavra polissílaba:
a tios
b varanda
c beber
d laranjeira
e substrato
18. O plural do substantivo está incorretamente
relacionado em:
a mel - méis
b plástico - plásticos
c porão - porões
d pastéu - pastéus
e táxi - táxis
19. A palavra “fracasso” tem como sinônimo:
a insucesso
b virtude
c devaneio
d absurdo
e fortuito
20. Marque a alternativa cujo espaço é preenchido
corretamente pela letra z:
a portugue_a
b esperte_a
c barone_a
d defe_a
e ca_amento

Gabarito:
1B- 2A - 3E -4C -5B -6C -7B -8B -9E -10D -11C -12A -13B -14D -15E -16C -17D -18D -19A -20B

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